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domingo, 3 de fevereiro de 2019

RUA DAS PRETAS: MÚSICA DO MUNDO AO PÉ DO OUVIDO


          Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor, Cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras – Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 38 anos de trajetória. http://lcamorim.blogspot.com.brhttp://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br


Pierre Aderne é cantor, compositor, produtor, apresentador, poeta (escritor, na verdade, porque ele não escreve só poemas, ele é ótimo cronista, também). E ele é um grande divulgador da música brasileira, mas não só: da música brasileira, da música portuguesa, da música caboverdiana, americana, da música como um todo, enfim, da musica mundial. Ele sempre fez tertúlias musicais, saraus na imtimidade da sua casa, reunindo cantores e compositores, desde que morava no Brasil. E continuou a fazer isso depois que mudou-se para Portugal, levando o conceito para outros países, como Polônia, Estados Unidos, Japão, França, Espanha.
Esse conceito novo, que não é tão novo, mas foi valorizado e renovado por Pierre, de reunir cantores de nacionalidades diversas, para cantar, tocar e ouvir músicas no aconchego de casa, com muito vinho e boa comida, uma verdadeira confraria de amigos da música, consagrou-se como a marca registrada de um novo tipo de espetáculo. Pierre o chamou de RUA DAS PRETAS, depois de morar por alguns anos na Rua das Pretas, uma transversal da Avenida da Liberdade, em Lisboa. Ele recebia lá cantores brasileiros, portugueses, caboverdianos, americanos, ingleses, franceses, etc. e a casa ficou pequena. Então a RUA DAS PRETAS foi para um espaço maior, para poder receber amantes da boa música que gostariam de fazer parte da tertúlia, como espectadores. Como se a gente recebesse cantores para atuarem ao vivo na sala da nossa casa.  E deu certo. A tertúlia de Pierre já faz parte do calendário de espetáculos de Lisboa e está no roteiro de turistas de todo o mundo que vão lá para ouvir boa música: música brasileira, música portuguesa – não falta o fado – e música de todo o mundo.
Como disse André, do Expresso de Lisboa, “o desafio é entrar num palacete em pleno Príncipe Real, bairro nobre de Llisboa, receber um copo, conhecer pessoas novas e ouvir musica ao vivo, sem microfone, sem caixas de som. Pierre Aderne e Daniela Cristina são os anfitriões, mas com ele estarão, certamente, músicos de qualquer parte do mundo ou da cidade. É ali, no Palácio do Príncipe Real, que Pierre recebe os seus convidados que, mal entram e sobem os degraus que os leva à sala com lareira, recebem um copo. O vinho ajuda a contar a história. E assim, além dos músicos, dos artistas e dos escritores, também os produtores de vinho começaram a frequentar a Rua das Pretas. O projeto é uma festa de música e vinho. Não é um show, mas uma festa que se faz em casa. É um formato que promove a intimidade.”
É um projeto de sucesso e já tem, até, seguidores. Já há projetos que copiam o formato. Mas o orginal, mesmo, é RUA DAS PRETAS. Pela tertúlia já passaram mais de 140 artistas portugueses e estrangeiros, mais de quatro mil pessoas já assistiram o espetáculo intimista ao vivo e já foram abertas cerca de duas mil garrafas de vinho. Só no período em que ele está sendo levado no Palácio do Príncipe Real, coisa de quase dois anos.
Recentemente, foi lançado o CD RUA DAS PRETAS – Wine álbum, também um conceito novo que Pierre já havia usado com o seu disco “Bem me quer, Mar me quer”, quando uma garrafa de vinho que tinha o mesmo nome que dava o título ao disco, acompanhava o CD. A novidade é que, desta vez, ao invés do CD, vai haver novidade para ter as músicas do CD. Reunindo cantores que, é claro, já passaram pela tertúlia, o álbum é vendido nas grandes lojas, mas é oferecido, também e principalmente, em garrafeiras, wine bars e restaurantes, vendido com uma garrafa de vinho, produzido especialmente por uma grande marca de vinho portutuesa, Niepoort, parceira do projeto.
RUA DAS PRETAS, o projeto de tertúlia musical de Pierre Aderne que une música, vinho e a integração intimista de cantores e amantes da boa música, é um sucesso praticamente no mundo todo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

QUANTO VALE A VIDA?


         

          Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor, Cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras – Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 38 anos de trajetória. http://lcamorim.blogspot.com.brhttp://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br



No país que foi,  até agora, o país da impunidade e da corrupção – esperamos que isso esteja em vias da mudar – mais um crime contra a vida de centenas de cidadãos brasileiros, que pereceram, inocentes, graças ao descaso e ao descumprimento de leis, de devalorização da vida, foi cometido. Mais uma barragem de rejeitos de minas de minério estourou e devastou todo um vale repleto de vida. Isso, passados apenas três anos de outra tragédia criminosa idêntica, que já havia vitimado muitas vidas em Mariana: uma barragem de lama desceu sobre a cidade, da mesma empresa da outra que agora matou centenas de pessoas.
Nada foi aprendido com a primeira tragédia? A fiscalização, por que não foi feita,  os parâmetros para se construir e manter as tais barragens existem apenas para dizer que existem? Por que as leis no Brasil não são cumpridas? Quem deve cobrar isso? Por que não está sendo cobrado?
A Vale, proprietária das minas e das barragens, está dando lucro, como sempre – isto está sendo mostrado pela mídia - mas existem vítimas da primeira tragédia, acontecida há três anos, que ainda não foram indenizadas. No que diz respeito às responsabilidades do que aconteceu em Mariana, ninguém foi penalizado, condenado, até hoje, depois de tanto tempo. Infelizmente, não temos ao menos justiça, neste país. Aquilo foi crime e os responsáveis deveriam ter sido condenados, para que a tragédia não se repetisse. E se repetiu. Pior ainda que a primeira, pois muito mais pessoas foram vitimadas.
O povo brasileiro espera que as coisas mudem, está mais do que na hora de mudar. Sabemos que o estado em que nosso país foi deixado é desastroso e não pode ser consertado de uma hora para outra, mas é preciso começar a se fazer alguma coisa.
Crimes devem ser apurados e providências precisam ser tomadas para que não voltem a acontecer. Será preciso que mais represas estourem para que se faça alguma coisa? Um número inimaginável de pessoas assassinadas, essa é que é a verdade, cada vez maior. Quando isso vai parar?