Por Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 38 anos de trajetória, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras. http://lcamorim.blogspot.com.br – http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br
Ainda
não sou avô e
isso me deixava
um pouquinho
frustrado. Já
passei dos
sessenta, minha
filharada já se
foi mundo afora,
meu sobrinho que
“quase” morava
conosco está
crescendo, se
tornando
adolescente e
também alçou
voo, agora já
tem quinze anos
anos e pode
ficar em sua
casa. E a nossa
casa ficou sem
barulho de
criança. Outra
vez.
Mas
as coisas mudaram
do dia 10 deste mês de
abril: nasceu meu
neto português,
que se chama
Rio, filho da
filhota Daniela
e de Pierre
Aderne, o
cantor-compositor-produtor-apresentador-escritor
que apresenta a
tertúlia musical
RUA DAS PRETAS,
em Lisboa, um
novo formato de
grande sucessol
Pode
vir o Dia dos
Avós, agora, que
também será o
meu dia. Avós
são os pais que
mimam os filhos
que não são
deles, os filhos
dos filhos
deles. Então vou
de mala e cuia
para Lisboa,
para ficar lá um
tempo e
desempenhar o
meu papel de
paparicar o neto
e usufruir da
sua infância.
Eu
gostava muito de
minhas avós.
Meus avôs não
foram tão
próximos: meu
avô paterno
faleceu muito
cedo, eu ainda
era muito
pequeno, mas sei
que ele gostava
muito de nós,
netos, pois
colecionava
guloseimas para
trazer-nos
quando vinha nos
visitar. Meu avô
materno era mais
conservador, não
era muito de se
aproximar de
crianças. Mas
minhas avós eram
criaturas
maravilhosas.
Minha vó
Estefânia, a “vó pequeninha”, era pequeninha
mesmo, mas
apesar de
analfabeta, era
uma pessoa
inteligente,
sábia até, eu
diria, tinha
muito
conhecimento
empírico. Era
excelente
contadora de
histórias e
encantava a
gente quando
sentávamos a sua
volta. Como toda
avó, fazia uma
comidinha
simples, mas
deliciosa. Tenho
muita saudade.
Minha
vó Paula era uma
mulher alta, por
isso era a nossa
vó Grande. Eu
era menino,
ainda, quando
ele foi morar em
Curitiba. Fez
falta em Corupá,
mas era bom ir
visitá-la e
receber a sua
visita. Era
carinhosa e
divertida, era
moderna, pois
acompanhava as
mudanças que o
progresso traz.
Como eu já disse
em outra
oportunidade,
Curitiba perdeu
a graça, depois
que ela se foi.
Então, agora sou avô.
Provavelmente
não um grande
avô, mas um avô
feliz. Rio, meu
neto português, acabou de chegar. E
a luz de Lisboa,
aquela luz única
e esplendorosa,
será mais
brilhante ainda
e mais
esplendorosa,
porque Rio
está lá. E eu
vou fazer a
travessia para
para estar com
ele. Me aguarde,
Rio. Estamos chegando, eu e sua avó, para lhe dar um beijo enorme, do tamanho da distância que hoje nos separa.