COMENTE, DÊ SUA OPINIÃO

Os textos aqui postados são apenas um início de discussão. Participe do assunto, comentando, sugerindo, interagindo.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

VIVENDO NICE E O SUL DA FRANÇA






Por Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 37 anos de trajetória, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras. http://lcamorim.blogspot.com –  http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br  

Conhecer mais da França é uma experiência espetacular. É um país tradicional, culturalmente muito rico, e visitar suas cidades menores, além das suas metrópoles, nos possibilita ver uma França que os turistas não veem.
Estou passeando pelo sul do pais, quase na fronteira com a Itália, o que me proporciona  conhecer cidadelas medievais em topos de montanhas, como Bairols e Saint Paul, assim como me possibilita visitar Cannes e até Mônaco, um dos menores países do mundo, situado no sul da França. E me possibilita, também, conhecer cidades da Itália, como Vintemiglia.
Estivemos em Menton, no penúltimo domingo de fevereiro, para ver a Fête du Citron - Festa do Limão. Que coisa linda: um parque imenso todo cheio de figuras recobertas de limão e laranja: elefantes, palácios, dançarinas, um Buda, leões, etc, etc. E um desfile, com carros alegóricos também com figuras montadas com laranjas e limões.os al carrA cidade estava tomada de turistas e havia muitos, muitos italianos lá, porque Menton faz fronteira com a Itália.ira comMenton e A
A arquitetura antiga, com excelente manutenção, é uma atração à parte em Nice, mas a moderna também é muito interessante. Nice, na Côte D´Azur ou Riviera Francesa, onde estou hospedado, encravada à beira do Mediterrâneo é bélíssima e é uma grande cidade. Nice tem elegância, história, tem até carnaval, que dura duas semanas, do meio até o fim de fevereiro, bom comércio, bons restaurantes e principalmente muito charme, o tal charme da Cote D'Azur.
A Colline du Chateau é considerada o local de nascimento de Nice, e ainda hoje é o melhor local para se ter uma bela e abrangente vista da cidade e arredores. Na verdade, não existe mais castelo, o que há são poucas ruinas, mas é muito agradável subir a colina para ver os jardins, cascatas e poder admirar toda Nice.
Apesar de ser bem grande, a cidade tem boa mobilidade: onibus, trem, elétrico, facilitam a locomoção por toda Nice. Os modernos e rápidos bondes (ou elétricos),  contrastam com os prédios em estilo clássico da cidade, muitos deles tombados como patrimônio histórico.
Apesar de estar aprendendo francês, não estou praticando muito, pois tenho dificuldade, ainda, em falar, mas entendo quase tudo.
É muito bom estar por aqui.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

VISITA



    Luiz Carlos Amorim

Há muito tempo
A poesia me visitou
E ficou morando perto,
Muito perto,
Minha vizinha mais ilustre.
Mais do que isso,
Fez morada em mim,
Inquilina vitalícia,
Prima-irmã da emoção,
Da minh’alma e da saudade.
E essa proximidade,
Esse aconchego,
Essa cumplicidade,
Me trouxe mais que poesia,
Trouxe muitos poetas.
Eles são meu alento,
Irmãos na inspiração,
São poemas caminhantes
Trilhamos o mesmo caminho.
A poesia é o horizonte,
Ela é a essência
Da vida que eu quero verso.

domingo, 11 de fevereiro de 2018

CURTINDO O FRIO DE PORTUGAL, DA FRANÇA, DA ITÁLIA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 37 anos de literatura neste ano de 2017. Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.brhttp://lcamorim.blogspot.com.br

Viajar é sempre muito bom. Estamos de novo passeando pela Europa e depois de passar duas semanas em Portugal, hospedados em Lisboa e viajando para o Porto, Braga, Cascais, Sintra, Guarda e Serra da Estrela – onde pegamos temperaturas negativas, Covilhã, Manteigas, etc., estamos na França.  Vamos voltar para Lisboa, dentro de mais uma semana, mas estamos agora em Nice.
A Côte D´Azur é belíssima, de fato, e Nice, onde estamos, é uma cidade encantadora, histórica e moderna, grande. A Baía dos Anjos é belíssima, uma praia enorme e linda com a cidade chegando até a orla, em praticamente toda a sua extensão. Fomos à Colina do Castelo, onde se localizava o Castelo de Nice, ou "Le Chateau". Apesar do nome, esse castelo, que data do século XI, era uma fortificação com uma vista maravilhosa para o mar azul turquesa e que, depois de capturada por tropas francesas, foi destruída. Hoje só restam poucas ruínas do castelo, mas o alto da colina tem uma vista de toda a cidade, fenomenal.
Temos andado pela cidade, conhecido seus parques, sua arquitetura, sua comida, sua gente, as feiras - imensas, mercados, sua história. Sua cultura. Muitas livrarias e bibliotecas pela cidade, então vamos aproveitar e compra alguns livros na língua local, pois estamos aprendendo francês.
No sábado, dia 10 de Fevereiro, saímos da cidade, fomos à Itália, em Ventimiglia. Comemos massa, passeamos, fizemos compras. Já de volta à França, conhecemos o Troféu de Augusto. O Troféu de Augusto é um imponente monumento romano que se encontra a 480 metros de altitude na comuna de La Turbie, no departamento francês de Alpes Marítimos, a pouca distância do Principado de Mônaco. A vista, lá no Troféu de Augusto é espetacular. De lá tem-se uma vista privilegiada do Principado de Mônaco, logo abaixo, e mais da França e da Itália.
E por falar em Mônaco, no dia 11 vistamos o Principado de Mônaco, interessantíssimo e muito bonito. O Principado de Mônaco é uma cidade soberana e, portanto, um microestado situado no sul da França. Fazendo costa com o mar Mediterrâneo, o principado, fundado em 1297, fica a menos de 20 quilómetros a leste da cidade de Nice e 20 quilómetros a oeste da cidade de Ventimiglia. Visitamos o Palácio do Príncipe de Mônaco (vejam fotos na minha página do Face) e o Museu Oceanográfico.
Há muito o que se ver ainda por aqui. Tanta na França como em Portugal. Essa região da Europa é riquíssima. Em cultura, em arte, em natureza, em tudo.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

MULHERES-POEMAS


Por Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor – Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 37 anos de literatura neste ano de 2017. Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.brhttp://luizcarlosamorim.blogspot.com.br


Como escritor, fundador e coordenador do Grupo Literário A ILHA, editor, ando às voltas com literatura quase toda a minha vida. E nesta caminhada, tenho visto novos poetas aparecerem, sempre, alguns bons, outros nem tanto, alguns melhorando o fazer poético e se tornando bons poetas, outros desistindo por falta de talento, dedicação, talvez por falta de ler mais e escrever mais, sei lá.
Então me integro à Confraria do Pessoas, grupo de poetas que começou com quatro de nós e hoje já  somos nove. E percebi alguns detalhes nos integrantes da Confraria. Primeiro, a maioria é de meninas. Meninos, só eu e o Roney. Outro detalhe importante: das sete meninas, duas já são veteranas nas letras, a Norma e a Fátima de Laguna. Mas as novas poetas – poetisas, eu sei! – que coisa fenomenal! Elas já chegaram com a poesia pronta, com o olhar de poeta, com a alma de poeta, com o coração de poeta! Eu fiquei pasmo, maravilhado com a qualidade da poesia de nossas novas confreiras, com o talento, com a vocação poética. Eu me encanto – e não só eu – a cada novo poema que elas mostram. E não canso de me perguntar: onde estavam essas poetas tão poetas, tão cheias de poesia, todo esse tempo, sem que lhes soubéssemos da suprema inspiração?
Elas chegaram arrasando, algumas até com aquele receio inicial e natural de mostrar o que estavam poetando, e se poesiaram. Sim, elas se poesiaram, pois elas, verdadeiramente, começam a personificar a poesia. E eu agradeço a Deus por elas existirem, por saber delas, por poder usufruir de suas sensibilidades e lirismo, coisas que elas têm de sobra.  E olhem que sou exigente, não estou sendo condescendente nem gentil: são poetas de verdade, que eu admiro. Estão aí para provar isso a audiência da revista Suplemento Literário A ILHA, que publicou uma edição com todos os poetas da Confraria, das páginas do Grupo no Face e das páginas de jornais.
Chris Abreu veio vindo de mansinho e se revelou gigante na sua magnitude poética. Sua serenidade constrasta com a sua poesia forte, consistente, universal. Chegou esbanjando poesia, sensibilidade, lirismo. A poesia flui dela naturalmente, com uma facilidade invejável. Ela se poesia. Como em “alongo os músculos / dos sentidos, / desprendo os ferrolhos do olhar, /…/ permito-me desabrochar…” Ah, Chris, eu também quero aprender a desprender os ferrolhos do olhar… Ou como em “Recria o arco-íris / com tuas cores exuberantes / fecunda nossa existência /com o pólen da paz.” Ou ainda “A vida se guarda / para na próxima alvorada / reverdecer.” Reverdeçamos, Chris. E por aí afora, tantos outros grandes versos e grandes poemas que seduzem a gente.
Denise de Castro, outra poeta de mão cheia, chega e leva a gente de roldão no impacto da sua tecitura poética. A poesia viva, pulsante, transbordando sentimento. Onde estavam esssas poetas que a gente não tinha vivido, ainda, a sua poesia grandiosa? Denise é plena de inspiração e de criação e sua poesia enleva a gente, que se encanta com versos como este: “A menina espera na janela / alguém que lhe faça amanhecer.” Ou como este: “Lanço-me no ar como um instrumento / semeando pequenos pedaços de sonora paz.” Verdade, você é um instrumento da paz, através do seu canto, através da poesia. Poesia assim: “Vou ali me encontrar com a poesia / Sei seu endereço: Rua da Solidão, esquina com Travessa da Alegria…” Ou “Atravesso o oceano / e me encontro com Pessoa… / Há em mim muito mais / do que as calçadas de Lisboa.” Há, sim.
Cláudia Kalafatás, com esse nome bonito de poeta, é poeta com certeza. E chegou jogando poesia de verdade, sentida e vivida, em cima da gente. Privilégio poder usufruir da sua criação, poder recriar a força da sua poesia. Mais uma grande poeta que se nos revela, trazendo todo um universo em versos, ritmo, sensibilidade e emoção. Como em “Valsa e rapsódia / comungam meu viver / sensibilidade e poesia / querem ocupar o lugar…”. Já ocuparam, Cláudia. Sua obra prova isso. E tem mais, muito mais, como em “Quero que meus olhos / contem aos teus / o quanto me és”. Quem mais diria isso dessa maneira? Só Cláudia. Como, também, em “Sorvo minha tristeza / para garantir que você não veja / que meu silêncio te quer por perto.” E, ainda, em “Me empreste a vida / que habita o teu olhar.” Pra quê, Cláudia, se há tanta vida e tanta poesia em seu olhar?
Rita Marília eu já conhecia um pouquinho antes da Confraria, já lhe tinha sorvido a poesia em goles pequenos. Mas espantei-me com a sua maturidade poética, descobrindo bem mais da sua poesia, com sua admiração pelo poeta Manuel de Barros, o grande poeta que acho que a ajuda a ser grande também. Rita é profunda e densa, como em “Vida é amor represado / Morte, amor trans-bordado…”.  Rita, eu vejo e entendo “o brilho das estrelas / no seu olhar.” Ou então, dando continuidade à poesia do mestre: “Quando me escondo na lua de lata e o vento me empina como pandorga, minha cabeça salta de estrela em estrela para pegar uma e amarrar na cabeleira do cometa.” Ou ainda: “Eu fiquei rindo porque minha irmã não sabe que chorar também faz rio.” A sua poesia também me faz rio, Rita, a transbordar pelo universo.
Marli Lúcia Lisboa, a poeta Bulucha, chega com a sua poesia pejada de romantismo para nos lembrar que a poesia é irmã gêmea do amor. A paixão pelo mar, a fé na vida, são outras fontes de inspiração.  Bulucha não escreve de hoje e ao se juntar a nós, da Confraria do Pessoas, trouxe uma obra vasta. Na edição especial da revista Suplemento Literário A ILHA com os poetas do novo grupo, Bulucha não podia faltar. E após a leitura da revista, o professor Celestino Sachet deu destaque à poesia dela, consolidando o valor poético que já conhecíamos: “Duas almas, dois seres, uma vida! / Viver tão só, me dê a mão! / Águas que passam, água infinita / Águas tristes, águas frias, chuva de verão…” Com esse aval, não é preciso dizer mais nada. Só assinar em baixo da aprovação desse outro mestre.
E muito mais eu poderia mostrar dessas grandes mulheres poetas, que se revelaram tão fantasticamente para nós, seus leitores e admiradores. Há que lermos e sentirmos a sua obra.

ESCRITOR-LEITOR

Por Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor – Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 37 anos de literatura neste ano de 2017. Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.brhttp://luizcarlosamorim.blogspot.com.br
 
Sou fundador e coordenador de um um grupo literário há quase quarenta anos e faço parte de outro. Sou detentor da cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras, também. E, nós, participantes dessas agremiações, gostamos muito de ler, além de escrever, e lemos as obras de nossos pares, lemos os consagrados, até bestsellers. Não por obrigação, mas para conhecer o trabalho do próximo e deliciar-se com muita criação literária de boa qualidade que está sendo produzida por aí afora. Sou da seguinte opinião: se eu não ler, como esperar ser lido?
Com o advento da internet, a possibilidade de publicar, de colocar o que se escreve à mostra, para poder ser lido, é muito grande. Os espaços são muitos, os grupos de escritores nas redes de relacionamento, as revistas on line, os blogs e portais literários dão guarida à quase tudo que se escreve. Quem quiser publicar, o espaço virtual é amplo e democrático.
Não vamos entrar no mérito da qualidade, pois a internet aceita quase tudo. O que me tem assombrado é que, apesar do espaço virtual ser democrático e uma quantidade incomensurável de escritos ser publicada todos os dias, a quantidade de leitores não acompanha o ritmo da produção. E não falo do leitor comum, aquele que é só leitor, que não escreve. Falo do leitor escritor, aquele que escreve e que publica, mas que nem sempre lê os seus pares.
Existem muitos “grupos” no Facebook e colocam a gente neles sem nos consultar. De muitos eu caio fora. Mas dos grupos de poesia, de literatura, eu não saí, mesmo que me tenham incluído aleatoriamente. Afinal, é o nosso meio, são grupos de gente que escreve, como a gente. Então, já que estou nos grupos, resolvi interagir, publicando poemas, artigos sobre literatura publicados em jornais, crônicas. São dezenas de grupos, alguns com milhares de participantes. Sim, milhares. Alguns têm duzentos e tantos, outros quase mil, outros mais de mil membros. Afinal, pensei, se são escritores, são leitores também. E tenho encontrado algumas coisas muito boas nesses grupos. Tem muita coisa lá, nem sempre dá pra ler tudo, mas faço questão de ler um pouco e curtir, se gostar.
O que me assustou é que, verificando os posts, percebi que as curtidas são mínimas, comentários, então, menos ainda. Muito poucos. Os textos, poemas, etc. postados são muitos, mas o que parece é que as pessoas, os escritores, só colocam conteúdo lá, mas não olham o que foi colocado que não é deles, não lêem o que foi publicado pelos seus pares. Existem muitos posts que, infelizmente, não têm sequer uma curtida. E não é neste grupo ou naquele, é na maioria.
Estou acostumado com o nosso grupo da Confraria, tanto no Facebook como no Whatsapp, onde todos leem tudo e curtem e comentam. Então foi um choque perceber que muitos escritores, também no virtual – pois já percebi que no real isso também acontece -, escrevem e publicam, esperam ser lidos, mas não dão reciprocidade, não apreciam a obra dos outros escritores.  É muito triste ver tanta coisa na vitrine e ninguém, nem mesmo os escritores que as produzem, dando importância a isso tudo. Uma pena.
Como ser escritor sem, antes, ser leitor?