Por Luiz Carlos Amorim – Escritor,
editor e revisor, Cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras – Fundador e
presidente do Grupo Literário A ILHA, com 38 anos de trajetória. http://lcamorim.blogspot.com.br – http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br
No país que
foi, até agora, o país da impunidade e
da corrupção – esperamos que isso esteja em vias da mudar – mais um crime
contra a vida de centenas de cidadãos brasileiros, que pereceram, inocentes,
graças ao descaso e ao descumprimento de leis, de devalorização da vida, foi
cometido. Mais uma barragem de rejeitos de minas de minério estourou e devastou
todo um vale repleto de vida. Isso, passados apenas três anos de outra tragédia
criminosa idêntica, que já havia vitimado muitas vidas em Mariana: uma barragem
de lama desceu sobre a cidade, da mesma empresa da outra que agora matou
centenas de pessoas.
Nada foi
aprendido com a primeira tragédia? A fiscalização, por que não foi feita, os parâmetros para se construir e manter as
tais barragens existem apenas para dizer que existem? Por que as leis no Brasil
não são cumpridas? Quem deve cobrar isso? Por que não está sendo cobrado?
A Vale,
proprietária das minas e das barragens, está dando lucro, como sempre – isto
está sendo mostrado pela mídia - mas existem vítimas da primeira tragédia,
acontecida há três anos, que ainda não foram indenizadas. No que diz respeito
às responsabilidades do que aconteceu em Mariana, ninguém foi penalizado,
condenado, até hoje, depois de tanto tempo. Infelizmente, não temos ao menos
justiça, neste país. Aquilo foi crime e os responsáveis deveriam ter sido
condenados, para que a tragédia não se repetisse. E se repetiu. Pior ainda que
a primeira, pois muito mais pessoas foram vitimadas.
O povo
brasileiro espera que as coisas mudem, está mais do que na hora de mudar.
Sabemos que o estado em que nosso país foi deixado é desastroso e não pode ser
consertado de uma hora para outra, mas é preciso começar a se fazer alguma
coisa.
Crimes
devem ser apurados e providências precisam ser tomadas para que não voltem a
acontecer. Será preciso que mais represas estourem para que se faça alguma
coisa? Um número inimaginável de pessoas assassinadas, essa é que é a verdade,
cada vez maior. Quando isso vai parar?
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