Por Luiz Carlos Amorim - Escritor, editor e revisor – Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 37 anos de literatura neste ano de 2017. Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br – http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br
Como
escritor,
fundador e
coordenador do
Grupo
Literário A
ILHA, editor,
ando às voltas
com literatura
quase toda a
minha vida. E
nesta
caminhada,
tenho visto
novos poetas
aparecerem,
sempre, alguns
bons, outros
nem tanto,
alguns
melhorando o
fazer poético
e se tornando
bons poetas,
outros
desistindo por
falta de
talento,
dedicação,
talvez por
falta de ler
mais e
escrever mais,
sei lá.
Então
me integro à
Confraria do
Pessoas, grupo
de poetas que
começou com
quatro de nós
e hoje já somos nove. E percebi alguns detalhes
nos
integrantes da
Confraria.
Primeiro, a
maioria é de
meninas.
Meninos, só eu
e o Roney.
Outro detalhe
importante:
das sete
meninas, duas
já são
veteranas nas
letras, a
Norma e a
Fátima de
Laguna. Mas as
novas poetas –
poetisas, eu
sei! – que
coisa
fenomenal!
Elas já
chegaram com a
poesia pronta,
com o olhar de
poeta, com a
alma de poeta,
com o coração
de poeta! Eu
fiquei pasmo,
maravilhado
com a
qualidade da
poesia de
nossas novas
confreiras,
com o talento,
com a vocação
poética. Eu me
encanto – e
não só eu – a
cada novo
poema que elas
mostram. E não
canso de me
perguntar:
onde estavam
essas poetas
tão poetas,
tão cheias de
poesia, todo
esse tempo,
sem que lhes
soubéssemos da
suprema
inspiração?
Elas
chegaram
arrasando,
algumas até
com aquele
receio inicial
e natural de
mostrar o que
estavam
poetando, e se
poesiaram.
Sim, elas se
poesiaram,
pois elas,
verdadeiramente,
começam a
personificar a
poesia. E eu
agradeço a
Deus por elas
existirem, por
saber delas,
por poder
usufruir de
suas
sensibilidades
e lirismo,
coisas que
elas têm de
sobra.
E olhem
que sou
exigente, não
estou sendo
condescendente
nem gentil:
são poetas de
verdade, que
eu admiro.
Estão aí para
provar isso a
audiência da
revista
Suplemento
Literário A
ILHA, que
publicou uma
edição com
todos os
poetas da
Confraria, das
páginas do
Grupo no Face
e das páginas
de jornais.
Chris
Abreu veio
vindo de
mansinho e se
revelou
gigante na sua
magnitude
poética. Sua
serenidade
constrasta com
a sua poesia
forte,
consistente,
universal.
Chegou
esbanjando
poesia,
sensibilidade,
lirismo. A
poesia flui
dela
naturalmente,
com uma
facilidade
invejável. Ela
se poesia.
Como em
“alongo os
músculos / dos
sentidos, /
desprendo os
ferrolhos do
olhar, /…/
permito-me
desabrochar…”
Ah, Chris, eu
também quero
aprender a
desprender os
ferrolhos do
olhar… Ou como
em “Recria o
arco-íris /
com tuas cores
exuberantes /
fecunda nossa
existência
/com o pólen
da paz.” Ou
ainda “A vida
se guarda /
para na
próxima
alvorada /
reverdecer.”
Reverdeçamos,
Chris. E por
aí afora,
tantos outros
grandes versos
e grandes
poemas que
seduzem a
gente.
Denise
de Castro,
outra poeta de
mão cheia,
chega e leva a
gente de
roldão no
impacto da sua
tecitura
poética. A
poesia viva,
pulsante,
transbordando
sentimento.
Onde estavam
esssas poetas
que a gente
não tinha
vivido, ainda,
a sua poesia
grandiosa?
Denise é plena
de inspiração
e de criação e
sua poesia
enleva a
gente, que se
encanta com
versos como
este: “A
menina espera
na janela /
alguém que lhe
faça
amanhecer.” Ou
como este:
“Lanço-me no
ar como um
instrumento /
semeando
pequenos
pedaços de
sonora paz.”
Verdade, você
é um
instrumento da
paz, através
do seu canto,
através da
poesia. Poesia
assim: “Vou
ali me
encontrar com
a poesia / Sei
seu endereço:
Rua da
Solidão,
esquina com
Travessa da
Alegria…” Ou
“Atravesso o
oceano / e me
encontro com
Pessoa… / Há
em mim muito
mais / do que
as calçadas de
Lisboa.” Há,
sim.
Cláudia
Kalafatás, com
esse nome
bonito de
poeta, é poeta
com certeza. E
chegou jogando
poesia de
verdade,
sentida e
vivida, em
cima da gente.
Privilégio
poder usufruir
da sua
criação, poder
recriar a
força da sua
poesia. Mais
uma grande
poeta que se
nos revela,
trazendo todo
um universo em
versos, ritmo,
sensibilidade
e emoção. Como
em “Valsa e
rapsódia /
comungam meu
viver /
sensibilidade
e poesia /
querem ocupar
o lugar…”. Já
ocuparam,
Cláudia. Sua
obra prova
isso. E tem
mais, muito
mais, como em
“Quero que
meus olhos /
contem aos
teus / o
quanto me és”.
Quem mais
diria isso
dessa maneira?
Só Cláudia.
Como, também,
em “Sorvo
minha tristeza
/ para
garantir que
você não veja
/ que meu
silêncio te
quer por
perto.” E,
ainda, em “Me
empreste a
vida / que
habita o teu
olhar.” Pra
quê, Cláudia,
se há tanta
vida e tanta
poesia em seu
olhar?
Rita
Marília eu já
conhecia um
pouquinho
antes da
Confraria, já
lhe tinha
sorvido a
poesia em
goles
pequenos. Mas
espantei-me
com a sua
maturidade
poética,
descobrindo
bem mais da
sua poesia,
com sua
admiração pelo
poeta Manuel
de Barros, o
grande poeta
que acho que a
ajuda a ser
grande também.
Rita é
profunda e
densa, como em
“Vida é amor
represado /
Morte, amor
trans-bordado…”. Rita, eu vejo e
entendo “o
brilho das
estrelas / no
seu olhar.” Ou
então, dando
continuidade à
poesia do
mestre:
“Quando me
escondo na lua
de lata e o
vento me
empina como
pandorga,
minha cabeça
salta de
estrela em
estrela para
pegar uma e
amarrar na
cabeleira do
cometa.” Ou
ainda: “Eu
fiquei rindo
porque minha
irmã não sabe
que chorar
também faz
rio.” A sua
poesia também
me faz rio,
Rita, a
transbordar
pelo universo.
Marli
Lúcia Lisboa,
a poeta
Bulucha, chega
com a sua
poesia pejada
de romantismo
para nos
lembrar que a
poesia é irmã
gêmea do amor.
A paixão pelo
mar, a fé na
vida, são
outras fontes
de inspiração. Bulucha não escreve de hoje e ao se
juntar a nós,
da Confraria
do Pessoas,
trouxe uma
obra vasta. Na
edição
especial da
revista
Suplemento
Literário A
ILHA com os
poetas do novo
grupo, Bulucha
não podia
faltar. E após
a leitura da
revista, o
professor
Celestino
Sachet deu
destaque à
poesia dela,
consolidando o
valor poético
que já
conhecíamos:
“Duas almas,
dois seres,
uma vida! /
Viver tão só,
me dê a mão! /
Águas que
passam, água
infinita /
Águas tristes,
águas frias,
chuva de
verão…” Com
esse aval, não
é preciso
dizer mais
nada. Só
assinar em
baixo da
aprovação
desse outro
mestre.
E muito
mais eu
poderia
mostrar dessas
grandes
mulheres
poetas, que se
revelaram tão
fantasticamente para nós, seus leitores e admiradores. Há que lermos e
sentirmos a
sua obra.
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